11.9.12

Pé na estrada


 Ontem fui a uma reunião e saí de lá com um projecto novo, desafiante e tanto, exactamente aquele que procurava para esta altura. Há laços que ainda me apegam ao passado, mas são poucos, e já dei passos para sair da encruzilhada. O sentido está definido. Sinto-me finalmente preparada para mergulhar num novo caminho profissional que, por ser diferente, tem medos atrelados, é certo. Por outro lado, são esses receios que me dão coragem para furar um mundo novo, para fazer coisas diferentes, e lidar com situações novas. Os passos ainda são pequenos, mas já arrancaram. Finalmente percebi que por mais difícil que seja, se quiser, ainda tenho tempo para mudar de vida.

10.9.12

Discos como nós

Ainda não fui de férias e a rentrée musical chega em grande lembrando acordes de inverno. Os Grizzly Bear já lançaram a sua e "Shields", o quarto álbum e que sai na próxima semana, está disponível via streming há uns minutos. Como já esperava, estou a cair-lhes aos pés mais uma vez. Está cheio de boas surpresas e o bom que é ter férias de verão e estas músicas no bolso.


Oslo 31 de Agosto

É dos melhores filmes que vi este ano. E dos mais deprimentes. Oslo trata da vida dentro de nós. Serve-se de um toxicodependente que sai durante um dia da clínica de recuperação onde está a ser tratado para testar a sua reintegração. Oslo faz as perguntas certas, as que raramente se fazem, o que não quer dizer que encontre respostas para o sentido da vida. O vazio interior do protagonista - Anders Danielsen Lie é dos melhores actores que vi nos últimos tempos - é perturbante. O filme é desesperançado, triste, e deixou-me praticamente muda na viagem de regresso do cinema até casa. Tem combustão lenta, não se digere facilmente. Mesmo que não nos identifiquemos com a personagem, é difícil não nos revermos em alguns episódios, em algumas questões, por mais insignificantes que sejam. É difícil não nos consumirmos num bocado daquele vazio. E, ainda assim, é um filme de uma beleza incomum do início ao fim. Joachim Trier, norueguês, vai para a minha lista de realizadores a estar atenta, e Oslo, a cidade, encaixou-se num dos próximos destinos de viagem.




9.9.12

Sweet September

                                          Fotografia de Diogo Durval, aqui

A felicidade de ainda não ter lido os Cem Anos de Solidão sabendo que vai entrar para os meus livros da vida inteira. Começo hoje.
Quando penso na desarrumação dele(s), quero viver sozinha.

4.9.12

Vida fácil

                                 Hamburger de frango e lima, receita aqui

Gosto de ser prática, mas não é a minha praia. Sou complicadinha por natureza, em termos de decisões, digo. E se o assunto for na cozinha, pior ainda. Gosto de cozinhar, mas tenho sempre imensa dificuldade em lembrar-me de pratos diferentes para o dia a dia. Nessas alturas, muitas, recorro aos livros de receitas, ou às que estão online, e encontro sempre o mesmo problema: Esta não dá, falta isto; Aquela também não, não tenho aqueloutro; E esta? E falta o ingrediente essencial que só pode ser comprado no mercado mais longe de casa, às 8h da manhã, e se o tiverem recebido nesse dia depois de ter feito uma viagem atribulada, aos trambolhões, vindo do outro lado do mundo;
Mas acredito que a minha vida está prestes a mudar. Hoje encontrei este site que, tenho a certeza, vai fazer a delícia de muitos dos meus dias, e dos de cá e casa, espero. A ideia é genial: entramos no site, escolhemos que ingredientes temos na dispensa/frigorífico e, voilá, recebemos uma infinidade de receitas a preparar com as iguarias que temos em casa. Práticas e rápidas para os dias apressados e para aqueles em que a inspiração culinária teima em tirar folga.

3.9.12

12h36

filha e pai dormem a bom dormir;
gatas ronronam ao sol e ao som da Lady Gaga do vizinho;
eu vou enfiar-me em mais um duche gelado para ver se as hormonas não dão de si com tanta atrocidade junta;

Verdades aristotélicas

Tenho de ter isto

 Para fazer isto
O mini stepper é o exercício mais aborrecido do mundo, mas recuso-me a não dar uso aos 40€ que gastei com ele. (É usar muito para ver se se parte, que coerência.)


2.9.12

Não sou a pessoa mais arrumada do mundo

Mas descobri que aos 4 anos uma criança já deve saber guardar os brinquedos, pôr a roupa suja no cesto ou não deixar os sapatos e mochila espalhados pela casa; que aos 6 deve levantar o seu prato da mesa e fazer a cama; e, aos 8 pôr a mesa, dar comida aos bichos ou ajudar a preparar a lista do supermercado. Entre muitas tarefas.
E, não sendo mãe, faço braço de ferro entre a minha mão esquerda e a direita: os pediatras não são nada realistas ou serão os filhos que conheço uns mamma boys pela vida fora?