10.9.12

Oslo 31 de Agosto

É dos melhores filmes que vi este ano. E dos mais deprimentes. Oslo trata da vida dentro de nós. Serve-se de um toxicodependente que sai durante um dia da clínica de recuperação onde está a ser tratado para testar a sua reintegração. Oslo faz as perguntas certas, as que raramente se fazem, o que não quer dizer que encontre respostas para o sentido da vida. O vazio interior do protagonista - Anders Danielsen Lie é dos melhores actores que vi nos últimos tempos - é perturbante. O filme é desesperançado, triste, e deixou-me praticamente muda na viagem de regresso do cinema até casa. Tem combustão lenta, não se digere facilmente. Mesmo que não nos identifiquemos com a personagem, é difícil não nos revermos em alguns episódios, em algumas questões, por mais insignificantes que sejam. É difícil não nos consumirmos num bocado daquele vazio. E, ainda assim, é um filme de uma beleza incomum do início ao fim. Joachim Trier, norueguês, vai para a minha lista de realizadores a estar atenta, e Oslo, a cidade, encaixou-se num dos próximos destinos de viagem.




1 comentário: