30.8.12

Uma Outra Educação

O filme passou-me ao lado quando estreou, em 2009. Ontem, a correr o videoclube da zon (fraquinho, fraquinho) aluguei-o. Se a vontade for de ver qualquer coisa com um bom argumento, mas leve, é o ideal.
Carey Mulligan interpreta Jenny, uma miúda de 16 anos, na Londres dos anos 60, que se prepara para entrar em literatura inglesa em Oxford. Apaixonada por livros, arte e música francesa, e castrada pelo pai para aprender latim e tudo mais que possa ser entediante, Jenny vê na universidade uma fuga à monotonia, uma oportunidade de libertação e criatividade. Um dia conhece David, (Peter Sarsgaard) um homem mais velho e, assim como os seus pais, deixa-se envolver na sua vida de luxo, festas e aparências.
O filme mostra a sociedade da época, o papel apagado que se esperava de uma mulher, esposa. O pensamento caduco do homem, marido, pai. Jenny desiste da escola (e da faculdade). Faz 17 anos e prepara o casamento com um homem charmoso, sim, mas com o dobro da idade dela - apesar da leveza do filme, isto atormentou-me do início ao fim.
As personagens estão bem construídas, a interpretação de Mulligan é perfeita  - ganhou um BFTA de melhor actriz com este filme, e foi nomeada na mesma categoria para os Óscares e Globos de Ouro. A realização é de Lone Scherfig (cineasta dinamarquesa mais conhecida por Italiano para Principiantes), e Uma Outra Educação também mereceu nomeações nos Óscares para Melhor Filme e Melhor Argumento Adaptado ( a partir das memórias da jornalista britânica Lynn Barber, trabalhadas por Nick Hornby, by the way).
Os planos são óptimos, assim como a fotografia e a banda sonora. Só faltou estarmos bem um com o outro para o serão ser perfeito.


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