17.3.13

Amor, sim ou não?

Até que ponto devemos aguentar um playboyzinho por quem estamos perdidamente apaixonadas? Quando somos nós a cair de amores pela espécie, é fácil ter esperança e pensar que o gajo vai mudar. Uma simples mensagem, com ou sem cantiga do bandido, é balão de oxigénio suficiente para ficarmos agarradas a migalhas por mais uns dias, semanas até.
Em conversa com uma amiga, que está colada a um gajo desses há demasiado tempo, dizia-lhe eu para deixar andar - se acredita que ele pode mudar, e fazê-la feliz. Dizia-lhe para se proteger, claro, e que só acredito que ela deve esperar porque não está preparada para o deixar ir. Já o fez, ficou sem chão, definhou. A L. é insegura. "Tenho medo de ficar sozinha", repete-se. É-me difícil compreender este receio, mas não posso fazer nada a não ser aceitar. Tem 27 anos, é inteligente, bonita, tem uma carreira auspiciosa pela frente, e o medo de ficar sozinha é o que a move nos últimos tempos. Podia ser anedótico, se não fosse grave. Escusado será dizer que sou a única amiga que a aconselha a sair com o gajo enquanto não se apaixona por outra pessoa. Enquanto não se cansa de ser passada para trás. Até posso dar o benefício da dúvida sobre ele gostar dela, só não acredito que ele mude tão cedo. Mas até que ponto é melhor virar as costas, por obrigação, passo-ante-passo sofrido enquanto vai embora, a arrastar-se dia após dia numa tristeza profunda? A L. já passou por isso: chega sempre o dia em que o desalento é tal, que o telemóvel se torna o último reduto. Cai na esparrela de novo, e a história repete-se: primeiro os dias de paixão, semanas, até que ele se cansa e deixa de telefonar, vai, e depois volta. Sempre que lhe apetece. A L. aceita isso. Infelizmente. Parece que renasce quando o trim trim especial do telemóvel dá acordes novamente. 
A L. já tentou conhecer outras pessoas: rapazes jeitosos que lhe davam bola, cineminha, jantar, cafés. Voltou ao mesmo, mas tentou. Só o fez porque não tinha um ponto final na relação pornográfica. O fim ata-lhe as mãos, as pernas, o coração, o baço. Dar-lhe essa opção é trancá-la, tirar-lhe o rumo, durante muito mais que muitos dias e meses. A única coisa que eu quero é que a L. tenha motivação para conhecer outras pessoas. Tenho duvidas sobre o resultado dos meus conselhos, mas como é que poderia lhe tirar isso?

Sem comentários:

Enviar um comentário